Max Stirner foi um filósofo cujo "nome aparece com familiar regularidade em pesquisas historicamente orientadas do pensamento anarquista como um dos expoentes mais antigos e mais conhecidos do anarquismo individualista."[7] Em 1844, seu O Único e Sua Propriedade (Der Einzige und sein Eigentum), foi publicado o que é considerado o "texto fundador na tradição do anarquismo individualista".[7]
As ideias do filósofo alemão do século XIX e as de Friedrich Nietzsche são frequentemente comparadas, e muitos dos autores tem discutido similaridades em seus escritos, algumas vezes levantando a questão sobre influência.[3] Na Alemanha, durante os primeiros anos do sucesso de Nietzsche como figura mais conhecidade, o único pensador a que foram discutidas a conexão entre suas ideias mais que Max Stirner, foiSchopenhauer.[8] É certo que Nietzsche leu sobre o livro O Único e Sua Propriedade, que foi mencionado na História do Materialismo (1866), deFriedrich Albert Lange e no Filosofia do Inconsciente (1869) de Eduard von Hartmann, que ambos Nietzsche ainda jovem conhecia muito bem.[9] No entanto, não há nenhuma indicação irrefutável que afirme que ele realmente leu o livro, como nenhuma menção a Stirner é conhecida em qualquer das publicações, jornais ou correspondências de Nietzsche.[10]
Logo que o trabalho de Nietzsche começou a alcançar maior audiência a questão de saber se ele tinha ou não alguma influência de Stirner foi levantada. Tão cedo em 1891 (enquanto Nietzsche ainda estava vivo, embora incapacitado por sua doença mental) Eduard von Hartmann sugeriu que ele tivesse plagiado Stirner.[11] Na virada do século a crença de que Nietzsche tivesse sido influenciado por Stirner era tão generalizada que tornou-se algo comum, pelo menos na Alemanha, solicitando um observador notar em 1907 que "A influência de Stirner na Alemanha moderna assumiu proporções surpreendentes, e moveu-se em paralelo com a de Nietzsche. Os dois pensadores são considerados como expoentes da essencialmente mesma filosofia."[12]
Porém, logo no começo do que foi chamado o "grande debate"[13] sobre a possível influência de Stirner em Nietzsche - seja ela positiva ou negativa - sérios problemas com a ideia foram notados.[14] No meio do século XX, se Stirner foi mencionado nas obras de Nietzsche, a ideia de influência era frequentemente destituída por completo ou abandonada como irrespondível.[15]
Mas a ideia de que Nietzsche foi influenciado de alguma forma por Stirner continua a atrair uma minoria significante, talvez porque se parece necessário explicar de alguma maneira razoável as frequentemente notadas similaridades em seus escritos.[16] Todo caso, os problemas mais significantes com a teoria de uma possível influência de Stirner sobre Nietzsche não são limitados à dificuldade em estabelecer se homem conheceu ou leu o outro. Também consiste em estabelecer precisamente como e porquê Stirner em particular pode ter uma significante influência sobre um homem tão lido como Nietzsche.[17]
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